No tronco de uma árvore

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Do que me contaram, sem muita clareza, a vida do Pe. José Jonas da Silva foi ceifada quando o carro em que estava chocou-se contra o tronco de uma árvore na tarde da última quinta-feira, dia 14 de agosto. Não sei de maiores detalhes sobre o acidente e imagino que as autoridades estejam averiguando as causas e verificando os fatos. Nós, religiosos Rogacionistas, ficamos todos atônitos diante da triste notícia, com o coração apertado, voz embargada e rosto sombrio como os discípulos de Emaús deixando Jerusalém após a tragédia do Calvário (cf. Lc 24,13-35).

Neste clima que oscila entre a tristeza da perda irreparável e a certeza da ressurreição seguimos o Caminho (cf. Jo 14,6). São muitos os pensamentos que brotam no interior de cada religioso e muitas as lembranças do Pe. Jonas que nos ocupam a mente. Fica uma mistura de alegria e dor quando escutamos dos leigos alguns depoimentos sobre a pessoa do Pe. Jonas e outras recordações contadas com saudade e regadas com as lágrimas dos corações mais sensíveis.

Pe. Jonas trabalhou muitos anos em Bauru. A maioria do seu tempo foi dedicado à formação dos jovens noviços Rogacionistas e muitos de nós fazemos parte da geração dos “noviços joaninos”. O mestre era uma pessoa simples, alegre e de boa espiritualidade. Conhecia bastante a vida, a obra e o carisma de Santo Aníbal, o Rogate. Além de mestre de noviços ele foi conselheiro provincial e geral de nossa família religiosa, dentre outras funções.

A partida deste religioso que marcou a história da Província São Lucas nos convida a refletir sobre muitos aspectos da vida, da consagração e da missão. Ao pé da cruz, no silêncio do Calvário ou à beira do túmulo vazio, o coração começa a tecer reflexões, meditar com os olhos voltados para o horizonte, cheios de fé e esperança. Muitos temas e situações nos interrogam, inquietam e esperam respostas maduras, evangélicas e comprometedoras.

Estamos às vésperas de um encontro de família que na tradição normativa da congregação costumamos chamar de “capítulo.” Vamos rezar mais e abrir o coração e a mente ao Espírito Santo de Deus que nos dá o dom do Rogate e nos impele à missão. O momento é de reflexão, de abertura interior e de alegria no Cristo do Rogate. Que o Fundador nos abençoe, Maria interceda e a memória bonita do Pe. Jonas nos acompanhe nestes dias que nos separam do capítulo onde vamos avaliar, projetar e celebrar a vida, a vocação e a missão que o Senhor da messe nos confiou. O clima é de comunhão, amor e adesão a Jesus que nos precede no serviço à messe.

Pe. Gilson L. Maia, RCJ.

Bauru, 17 de agosto de 2014.

Festa da Assunção de Maria, a Mãe do Senhor.

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