Não é fácil definir o namoro. Podemos arriscar dizendo que se trata de um tempo no qual um homem e uma mulher utilizam para conhecer-se e relacionar-se amorosamente, de olho a um possível matrimônio onde um se entrega ao outro de maneira exclusiva, total e definitiva.
Tradicionalmente o namoro é o espaço prévio onde o jovem busca encontrar sua “cara metade”, a pessoa escolhida para que seja companheira, amiga e testemunha do amor de Deus. No decorrer desta etapa maravilhosa da vida juvenil, sucedem mudanças que nos levam sempre a gostar da outra pessoa, desperta desejos de dialogar, de construir projetos, partilhar emoções e sobretudo a curiosidade de conhecer mais a “cara metade”, ao mesmo tempo que descobre a si mesmo.
É um período de muita atração, encantos, que passa pela amizade, quando começa a sentir o desejo da proximidade e pouco a pouco deságua nos rituais: dar uma flor, dizer uma frase carinhosa, enviar um email, trocar mensagens no celular, guardar uma foto, roubar um beijo, até que começam a elaborar juntos um projeto de vida.
Antigamente o namoro era diferente. A maioria das pessoas se conheciam no interior das próprias comunidades, nas festas familiares… Atualmente se conhecem no local de trabalho, na internet, nas universidades, clubes, etc. Para muitos jovens, o namoro é apenas um jogo quase sempre reduzido à dimensão sexual. Não há claridade no que se espera do outro e, às vezes, fazem várias experiências simultâneas que acabam em decepção para alguma das partes envolvidas. Há também aquelas pessoas que tem medo de levar o relacionamento a sério e ficam sempre fugindo de compromissos.
Não podemos deixar de considerar as influencias dos ambientes, dos amigos e principalmente dos meios de comunicação. Pois estes definem o jeito dos jovens se vestir, falar e até que músicas devem escutar e quais formas de namoros e relacionamentos devem adotar ou rejeitar. Na maioria das vezes acabam influenciando os jovens de maneira inadequada e jogando por terra os valores da cultura cristã.
Para os pais o namoro é sempre um tema com muitos espinhos. Às vezes, eles têm dificuldades de aceitar e esquecem-se de apoiar, acompanhar, dialogar e sobretudo de oferecer o bom exemplo para que os filhos aprendam a construir relações baseadas no respeito e no amor.
Sempre haverá uma oportunidade para falar, discernir e enfatizar valores. O importante é que cada jovem perceba que nesta fase bonita da vida é onde experimentamos e definimos o futuro que poderá ser marcado pela ternura, pelo respeito ao outro, pela confiança, pela dignidade… Do contrário, o futuro será incerto e a felicidade cederá seu lugar para as decepções e desencantos. Aí, algum coração mais jovem, pode se entristecer e achar que tudo é sonho, mentira ou ilusão e que o amor verdadeiro é apenas um poema sem vida escrito numa página fria ou gravado em um CD romântico com fins comerciais. Não! Não mesmo. O amor existe, mas precisa ser descoberto, experimentado e amado. Mas isso exige paciência, perseverança, sabedoria e discernimento para descobrir o que Deus realmente propõe a cada um de nós.
Pe. Gilson Luiz Maia.