Quarta-feira de cinzas

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“Com a Quarta-Feira de Cinzas, começa o tempo da Quaresma: tempo forte na caminhada, convite e apelo para o silêncio, a prece, a conversão. E quando se fala em quaresma, geralmente a gente tem uma ideia de uma coisa negativa, como antigamente. Para outros a quaresma parece superada pelo modernismo e é hoje apenas uma recordação negativa do passado. Para nós cristãos é o tempo de conversão, de mudança de vida, de acolher com mais amor a misericórdia de Deus que nos quer perdoar. E é também o tempo onde as comunidades se preparam para viver o mistério da páscoa. A quaresma é para cada um de nós um tempo de oração e de conversão. Tempo de crescer em comunhão com todos os homens, principalmente com os mais pobres e necessitados. Eles nos lembram o rosto sofrido de Jesus e nos convidam a viver com mais fidelidade a caridade, o amor fraterno, que o Evangelho exige de nós.

A Bíblia nos conta que, certa vez, o general Holofernes, com um grande exército, marchou contra a cidade de Betúlia. O povo da cidade, aterrorizado, reuniu-se para rezar a Deus. E todos cobriram de cinzas as suas cabeças, pedindo o perdão e a misericórdia de Deus. E Deus salvou o povo pelas mãos de Judite. A cinza, por sua leveza, é figura das coisas que se acabam e desaparecem. É usada como um sinal de penitência e de luto. Nós a usamos hoje, neste Quarta-feira de cinzas, o primeiro dia da quaresma, reconhecendo que somos pecadores e pedindo perdão de Deus, desejosos de mudarmos de vida.

Jesus era chamado de o bom mestre. Como de fato Ele o era. Perdoou a Maria Madalena, a pecadora, perdoou a Pedro que o traiu, perdoou o ladrão no alto da cruz, mas se existia uma classe de gente que ele não engolia eram os escribas e os fariseus. Para eles Jesus lançou as palavras mais duras: “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas… vós pareceis com os sepulcros caiados, que é pintado por fora, mais lá dentro existe toda a espécie de podridão”. Gostavam de se mostrar ao fazer o jejum, ao dar esmolas, pagar o dízimo, etc. O jejum, a esmola e a oração são expressões de nossa gratidão a Deus por tudo o que ele nos concede, por isso não há motivo para exaltar nossas ações caridosas perante os homens.”

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