Mulheres de fé

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“Por ocasião das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher, a Igreja quer se unir às milhares de mulheres. Somos solidários às lutas das mulheres pela criação de uma sociedade justa, fraterna e igualitária, e professamos que todas as formas de machismo são contrárias ao plano Deus.

Em acordo com o Livro do Gênesis, afirmamos que a plenitude da imagem de Deus se manifesta na união do homem e da mulher: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27). Cada vez que se afirma a superioridade do homem sobre a mulher, ou quando se transforma a mulher em simples objeto de satisfação de desejos para o homem, acontece uma ruptura com o plano originário de Deus. Por isso, na Conferência de Aparecida, os bispos declararam: “Na América Latina e no Caribe é necessário superar a mentalidade machista que ignora a novidade do cristianismo, onde se reconhece e se proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher em relação ao homem” (DA n. 453).

 Em época de marcado machismo, quando o papel da mulher era relegado ao interior das casas, Jesus tomou a iniciativa de conversar publicamente com elas (Jo 4,27), incorporou mulheres no seu grupo (Lc 8,1-3) e as escolheu para serem as primeiras testemunhas da ressurreição (Mt 28,9-10). Até mesmo as estrangeiras que, menosprezadas pelas autoridades de Israel por sua condição de mulher, também eram desprezadas por serem estrangeiras, encontraram acolhida em Jesus. É o que nos mostra o episódio da Cananéia que foi ao encontro de Jesus para pedir uma ajuda para sua filha doente: “Mulher, grande é a tua fé! Como queres, te seja feito” (Mt 15,28).

Ao longo da história do cristianismo, apesar de algumas atitudes de menosprezo à mulher, sobressaíram-se atitudes de valorização do seu contributo na propagação da fé e na edificação da Igreja. É isto que nos faz reconhecer, com alegria que “as mulheres constituem, geralmente, a maioria de nossas comunidades, sendo elas as primeiras transmissoras da fé” (DA n. 455). É também isso que nos leva a destacar Maria Santíssima como elo de aproximação de muitas pessoas à Igreja. Pela confiança na Mãe de Jesus as pessoas se sentem acolhidas pela Igreja Católica.

Ao celebrar o Dia Internacional da Mulher, saudamos as mulheres que participam de nossas comunidades de fé, aquelas que carregam as cruzes de mães e educadoras e também aquelas que assumem cargos na política ou nas organizações da sociedade. Sintonizados com as ações propostas na Campanha da Fraternidade de 2015, convidamos todas a se unirem na luta pela Reforma Política, onde propomos “a alternância de homens e mulheres nas listas de candidatos dos partidos” para assim  aumentar a representação feminina na política.”

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