Mensagem do Pe. Guido Mottinelli por ocasião do seu Jubileu de Ouro de Vida Religiosa Rogacionista

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CINQUENTA ANOS DE PROFISSÃO RELIGIOSA

Florença (Itália)  1964  –   29  de  setembro   –   2014 Bauru (Brasil)

 Lembro com alegria quando, na minha infância, entrei com sete anos de idade na Associação dos coroinhas da paróquia: gostava de ajudar na Igreja aos Domingos, e participava das reuniões semanais, animadas por um sacerdote, com a finalidade de garantir um serviço cada vez melhor no altar. Alimentava o desejo de tornar-me sacerdote e, frequentemente, o manifestava aos meus pais, que sempre me apoiaram e incentivaram.

Estava com dez anos de idade, quando na minha cidade natal, Chiari, perto de Milão, na Itália, um Padre Rogacionista chegou no “oratório” da Paróquia, no meio de tantas crianças que brincavam comigo, muito alegres. O sacerdote responsável me chamou e pediu a gentileza de acompanhar aquele Padre Rogacionista na casa do Pároco. Obedeci e entrei no carro, e fiz questão de ensinar o caminho errado, para dar uma voltinha na cidade, antes de chegar na casa do Pároco. Aquele Padre não ficou bravo, e na hora de estacionar o carro me doou um postal, com a fotografia do Seminário Rogacionista mais próximo e pediu o meu endereço. No dia seguinte ele chegou na minha casa, perguntou se havia gostado do postal, e fez uma proposta: se quisesse, naquele mesmo dia poderia ver pessoalmente, por dois ou três dias, aquela grande Obra. .E assim foi: era o ano de 1957, e começava uma grande aventura na minha vida de criança. Conforme o costume da época, após um estágio vocacional, entrei no Seminário. Éramos um grupo de 40 meninos. Frequentamos os cursos letivos do primeiro e do segundo grau, e, antes de iniciar os estudos de filosofia, entramos no Noviciado: o grupo não era mais de quarenta adolescentes, mas 19. O Padre responsável pela formação religiosa era o Pe. José Aveni. A sede do Noviciado era na cidade de Florença. Ao término do ano canônico, fizemos a nossa primeira profissão religiosa: era o dia 29 de setembro de 1964. Em seguida, iniciaram os estudos de filosofia e depois de Teologia. Em 1970, após um mês de Retiro espiritual num Mosteiro dos Padres Beneditinos, fiz a minha Profissão perpétua.

Em 1973, no dia 30 de abril, tornei-me sacerdote, e algumas semanas depois o Superior Geral da época, Pe. Paulo Petruzzellis, me convidou para ajudar os Coirmãos Rogacionistas que trabalhavam no Brasil. Disse o meu “sim” com entusiasmo. Deixei a minha pátria, a Itália. A Congregação dos Padres Rogacionistas estava desde o ano de 1950 no Brasil, com cinco Casas ativas e uma fundação inicial em Brasilia. Não havia nem um Padre Rogacionista brasileiro. Trabalhei os primeiros anos no Seminário de Criciúma, que estava com a casa cheia de meninos que aspiravam ao sacerdócio. Lembro, inclusive, de ter acolhido pessoalmente um menino que hoje é o nosso Superior Geral da Congregação: Angelo Mezzari. De Criciúma para  Brasília, depois para  Passos, e hoje em Bauru: 41 anos de vida no Brasil, todo o meu sacerdócio a serviço da Igreja e da Congregação Rogacionista, como formador, ecônomo, Pároco e outras atividades pastorais.

A vida religiosa,abraçada com amor e fidelidade, continua com o mesmo entusiasmo daquele 29 de setembro de 1964: dizer o meu “sim” ao Senhor é a razão fundamental da vida. No decorrer dos cinqüenta anos aconteceram tantos eventos e aventuras: registro, para a glória do Senhor, a que mais me tocou, quando, em qualidade de vice postulador, fui o responsável pela celebração do processo de um milagre atribuído à intercessão do Padre Aníbal Di Francia, e que, aprovado pelo Vaticano, levou o nosso Fundador às honras dos altares, como Beato.

A vida religiosa apresenta também a disposição para o sacrifício, as renúncias e as novidades que nem sempre respeitam os nossos desejos pessoais: a mudança de serviços para o bem da Congregação, as transferências, a chegada às vezes agressiva de problemas físicos, com enfermidades, cirurgias etc. Tudo se transforma numa partilha dos sofrimentos de Jesus, que deu sua vida por nós.

Ao celebrar neste dia cinqüenta anos de vida religiosa, enquanto louvo ao Senhor pelo dom da perseverança, renovo, através de Nossa Senhora, a vontade de ser todo de Deus, da Igreja e da Congregação Rogacionista. E lembro: o que sustenta a vida religiosa é o encontro diário na Eucaristia, uma profunda devoção a Nossa Senhora e o sorriso de dizer sempre, como Ela, o nosso “sim” que santifica qualquer ação do nosso dia a dia.

Prezados fieis, São João Bosco, grande amigo pessoal do nosso Santo Fundador Aníbal Di Francia, sempre dizia que:“o presente mais bonito que Deus pode dar a uma família é de doar-lhe um filho que se torne sacerdote ou religioso, tendo em vista o bem que poderá fazer para tantos fieis que Deus vai entregar ao seus cuidados pessoais”. Se dentro da vossa casa uma criança ou adolescente manifestar o desejo de consagrar-se a Deus na vida religiosa ou sacerdotal, que a vossa Casa seja o primeiro Seminário e o vosso exemplo de vida estimule o crescimento da vocação para uma vida dedicada inteiramente para a glória de Deus e o bem dos irmãos.

Comentários

  1. Maria lúcia Gomes Acosta

    Desejo ao senhor padre Guido, muitas felicidades, que Deus e nossa Senhora continue te abençoando todos os dias de sua vida. Conheci o senhor em Passos e para minha surpresa venho encontra-lo aqui em Bauru. Que o senhor seja sempre esta pessoa iluminada por Deus.
    Atenciosamente
    Maria Lúcia

  2. Ana Carolina Lopes

    Desde criança descobriu seu dom, Pe Guido é abençoado por Deus, suas homilias são maravilhosas, transmite todo seu conhecimento da palavra para o dia atual. Deus continue o abençoando, saúde, paz, fé.

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