Estamos em plena quaresma. Participamos da Campanha da Fraternidade que medita o tema “fraternidade e segurança pública”. Em cada sexta-feira, celebramos, às 19 horas, a via-sacra na igreja matriz que nos recorda o caminho doloroso de Jesus. Deste jeito vamos preparando de forma pessoal e comunitária a Páscoa. Importa intensificar o processo de conversão, examinar a caminhada e acertar os passos para chegarmos à celebração da solene vigília pascal renovados no amor, na fé e na esperança. O risco é ficarmos na superficialidade e não aprofundarmos o que celebramos na liturgia.
Neste tempo de quaresma, muitos paroquianos buscam o sacramento da reconciliação e com serenidade avaliam a própria história, pedem perdão e recomeçam o caminho. Outros ainda resistem. Temem aproximar-se dos sacramentos e a rever com humildade a realidade da própria vida, os acertos e os equívocos. Encontram dificuldade em admitir os erros, experimentar o perdão de Deus e seguir a estrada.
Outro dia, um adolescente me indagou sobre o sentido da quaresma e porque o padre celebrava a missa usando a estola roxa. Respondi que era tempo de identificar nossos erros, reconhecer nossas fraquezas e pedir perdão. Expliquei que o roxo é a cor da penitência e na páscoa cederá lugar para a estola branca a qual simboliza a vida nova da ressurreição. Achei que ele não havia entendido muito. Porém, ele me surpreendeu dizendo: “padre, meu coração tá meio roxo, mas vai ficar branco, pois vou confessar meus pecados e pedir desculpas a Deus”. Fiquei contente. Ele entendeu perfeitamente o significado da quaresma. E o mais importante: deseja experimentá-lo na vida.
Vamos todos viver este tempo com fé. Não basta participarmos das celebrações, é preciso reconciliar e fazer a passagem do pecado para a graça, da morte para a vida. Páscoa é isso: passar, caminhar e, com Jesus Cristo, ressuscitar.